Beto Wolf (Sepulcro e Alkateya)

Os Sepulcro começaram por volta de 1981, com o nome de "Botas da Tropa", tendo o Beto pertencido à sua formação inicial, tendo gravado a primeira demo tape dos Sepulcro em 1985. Posteriormente em 1986 iniciou os Alkateya com os quais se manteve até 1991. Nos anos mais recentes ainda voltou a tocar com os Alkateya mas por pouco tempo.

P. - Olá Beto! Quando começaste nos Sepulcro, por volta de 81/82, já procuravam uma sonoridade heavy metal em concreto?

Beto - Sem dúvida era a sonoridade que procurava, já o resto era mais um soft hard rock.

P. - Quais eram as vossas principais influências por essa altura?

Beto – Priest sem dúvida.

P. - Quais as principais dificuldades com que se deparavam? Salas de ensaio? Disponibilidade para ensaiar? Falta de material? Ou outras?

Beto – Todas essas!

P. - Como era a aderência do público aos vossos shows? Tinham uma base de fãs grande?

Beto – Grande não, mas eram fiéis.

P. - Em 1984, deu-se o primeiro festival de heavy metal em Portugal, que contou com a participação dos Sepulcro, que memórias guardas desse festival? Era a confirmação de que o heavy metal procurava impor-se?

Beto - Foi tudo muito primitivo mas muito gratificante ainda hoje tenho grande apreço e amizade pelos organizadores.

P. - O que te levou a deixar os Sepulcro?

Beto - Diferenças musicais acima referidas.

P. - Como surgiram os Alkateya? Terá estado a génese num encontro entre ti e o Paulo Rui?

Beto - Sim, entre mim e o Paulo havia uma química musical muito forte, que não tinha paralelo nas relações pessoais infelizmente.

P. - Houve dificuldade em encontrar um vocalista, que acabou por ser o João Pinto, irmão de Miguel Pinto dos Sepulcro, como se deu esta situação?

Beto - Em desespero de causa, o Miguel era um caso raro em perceber o que se pretendia para uma música mas estava noutra onda.

P. - Por que razão saiu o Zé Castro, dos Alkateya, por volta de 1988?

Beto - Porque não fomos pacientes, é algo que me pesa na consciência

P. - Entra depois para a formação dos Alkateya o Manuel "Animal" que já tinha sido teu colega nos Sepulcro, consideras esta a formação mais clássica dos Alkayeya: Beto, João Pinto, Paulo Rui, Manel "Animal"?

Beto - Sim para mim são os Alkateya.

P. - Como era a vossa relação com as outras bandas nacionais contemporâneas?

Beto - Era de respeito embora houve-se alguma rivalidade, que na nossa opinião não se justificava num meio tão pequeno

P. - Por alturas da vossa terceira demo "Face to Face", em 1990, falava-se de um contrato discográfico? Por que razão não chegou a acontecer esse contrato?

Beto - A razão foi, andamos a ver estúdios passado uns dias a editora propôs editar a demo sem regravar nada, claro rejeitamos, mas isso nunca foi trauma para nós.

P. - Terá sido a não edição de um disco que levou ao final da banda?

Beto - Não de modo nenhum!

P. - Depois de um longo interregno, os Alkateya voltaram ao activo em 2003, aproveitando a edição da compilação "RePlay", tendo inclusivamente tocado no programa de televisão "Cabaret da Coxa", mas no entanto só permaneceste um ano, porque voltaste a abandonar o grupo?

Beto - Cheguei a conclusão que para mim não é compatível, ensaios de algumas horas por semana para se estar a um nível que eu exijo infelizmente não posso viver da música o tempo do amadorismo acabou.

P. - O Paulo Rui deixou-nos em 2014, que memórias guardas deste excelente músico?

Beto - O Paulo será sempre o melhor Guitarra baixo que tive a oportunidade de tocar, talhado para aqueles temas do começo dos Alkateya tenho imensa pena que nos tenha deixado.

P. - Em 2014 voltaste a deixar os Alkateya no que foi mais uma curta passagem, não sentiste vontade de continuar na banda?

Beto - Voltei com a ideia de voltar aos antigos Alkateya foi essa a ideia ,não foi de todo possível ,acredito na química musical e ali não havia.

P. - Manténs o contacto com os antigos elementos dos Sepulcro ou dos Alkateya?

Beto - Infelizmente não eles não perceberam as minhas razões.

P. - Há algum concerto que guardes na memória por alguma razão especial?

Beto - O último no Rock, fechou aquela sala que tinha uma mística especial.

P. - Continuas a acompanhar o que se vai passando no heavy metal tanto em Portugal como no estrangeiro? Existe alguma banda que acompanhes em especial?

Beto - Em portugal não ,gosto das bandas Nórdicas tipo Evergrey, ou Holandeses Circus Maximus, Ayreon.

Agradeço bastante a tua atenção e votos de tudo a correr bem no futuro!

Beto - Um abraço!